Alex Januário


 

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Mãos da estrela negra em águas mais negras

Alex Januário
 
 

recordo o seu castelo de olhar selvagem

em um círculo de fogo e profundas raízes de cristais

esculpidas pela rebelião do sonho em noites envenenadas pelo corpo amoroso

não posso deixar de recordar o seu castelo de olhar selvagem

não posso deixar de viver o seu castelo de olhar selvagem

sigilosamente entro em sua habitação e sigo as estantes flutuantes

meus braços derramados no piso zodíaco em um dia de fevereiro

minhas pernas pernas derramadas no piso zodíaco em um dia de setembro

no centro do castelo de olhar selvagem tudo é pedra: menos o amor

minha cabeça é um objeto afogado em silêncio iniciático

Buenos Aires, April 2016

 
 

I remember his savage looking castle

in a circle of fire and deep roots of crystal

sculpted by the dream’s revolt during nights poisoned by an amorous body

I cannot help but remember his savage looking castle

I cannot help but inhabit his savage looking castle

quietly I enter his dwelling and follow the fluctuating shelves

my arms spilling over the zodiac floor on a day in February

my legs spilling over the zodiac floor on a day in September

in the center of the savage looking castle all is stone: except love

my head is an object drowned in silent initiation

Translated from the Portuguese by Jason Abdelhadi

 


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